quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Crise hídrica e energética

No Brasil foram poucos os casos de sucesso no que se refere a ocupação urbana, Dom Pedro II nos legou a maior floresta urbana do mundo, mas poucos sabem que foi fruto de reflorestamento e o objetivo central era atender aos projetos do genial engenheiro André Pinto Rebouças, hoje esquecido dos brasileiros.

BRASIL!


Toda atividade humana é impactante, e o uso de água faz parte dela, é onde se tem competividade. Mas não deve ser a preocupação, pois até mesmo Israel exporta alimentos e os produz em escala.

E mesmo as ervas daninhas consomem água. Este está longe de ser um problema. O problema está no consumo humano concentrado, como nos grandes centros, pois os impactos estão dada dia mais distantes. E temos também o consumo de energia, boa parte perdida na transmissão, mas na idiotia brasileira isso não é discutido. As indústrias eletro-intensivas deveria estar instaladas próximas a geração, no caso no Paraná, na costa Oeste e ao longo do Rio Iguaçu. E igualmente se desconsidera soluções inteligentes como a ENEREDE do Engenheiro Thomas Fendel (www.fendel.com.br).

Crise Hídrica ou incompetência no planejamento urbano e preservação dos mananciais?

Gerhard Erich Boehme
boehme@globo.com

O Brasil se destaca pela violência crescente, tivemos devido à violência mais de 200 mil mortes por ano, isso nos últimos três anos. E o número é crescente, com redução apenas em São Paulo e no Paraná.

E qual a principal causa? A discriminação espacial, também conhecida como segregação urbana.

E como ela ocorreu? Foi a soma de efeitos perversos da lei, a começar as leis no campo, que tornaram as manutenção das vilas rurais palco de insegurança jurídica. Não restou outra alternativa aos fazendeiros, pecuaristas e sitiantes tirarem os seus trabalhadores de suas propriedades. Ampliou-se o contingente de boias-frias errantes e intensificou-se a mecanização, assim como por culturas que possam ser mecanizadas com maior facilidade. Passou pelos efeitos da lei do inquilinato, que somado ao rigor tributário, na realidade bitributação, sobre os que viviam do aluguel, ou, como uma forma de aposentadoria, planejavam viver do aluguel. O investimento na construção civil passou a ser de curto prazo. E chagamos a outro efeito perverso da lei, agora das domésticas, não apenas sobre as domésticas que não mais residem nos seus empregos, mas  sobre os caseiros, que também levaram a insegurança jurídica para dentro das pequenas propriedades no campo, nas praias e nas montanhas. Muitos estão perdendo seus empregos e inchando grandes centros ou ampliando a discriminação espacial. E a estes efeitos se soma a forma obtusa de se planejar o crescimento das cidades, sem considerar os efeitos positivos da especulação imobiliária, que levava a se investir em propriedades maiores, normalmente terrenos de mais de 800 m². E estes são condição essencial para qualidade de vida.

A idiotice tomou conta do Brasil, urbanistas como o genial Engenheiro e Arquiteto Jaime Lerner, passaram a ser desconsiderados, o modelo, pautado no populismo passou a ser o dos projetos no melhor estilo do Programa Ninha Casa, Minha Vida, Minha Cidade de Deus. E com eles toda a pressão sobre a ocupação desordenada do solo, ampliando-se os efeitos a impermeabilidade do solo e da poluição. E o mais grave, passamos a incubar a violência em escala exponencial. O planejamento urbano é agora de curto prazo, o objetivo são as próximas eleições.

Que se dane a violência! Que se dane a baixa qualidade de vida! Que se dane o meio-ambiente!

A discriminação espacial, fruto do descaso público e da falta de compromisso com planos diretores e que é, seguramente, após a falta de educação fundamental de qualidade, a principal causa da escalada de violência no Brasil, ainda mais agora, ao sabor de programas populistas e irresponsáveis como o “Minha casa, Minha vida”. Os despejados acabaram migrando para os morros próximos, inclusive o Morro da Favella (hoje Favela da Providência), dando origem à primeira favela brasileira (e à própria expressão “favela”).

O resultado desta discriminação espacial produziu somente o Rio de Janeiro as suas atuais quase 1.000 favelas e urbanizações populares, estas pautadas pela discriminação espacial, a exemplo da “Cidade de Deus”, a ausência do poder público é uma constante, são lugares onde as polícias não entram ou não se fazem presente. É o estado ausente onde deveria atuar.

A discriminação espacial, com seus conjuntos de casas populares, nestes casos é mais grave, pois geram a violência por uma série de razões, dentre as quais destaco:

1. não permitem que as crianças tenham espaço para brincar sob os olhos dos pais ou responsáveis, já que em tenra idade são “expulsas” para as ruas, com todo tipo de influência negativa; fazendo com que a educação não venha de pessoas responsáveis, mas de oportunistas que se apropriam de nossas crianças para iniciá-las na criminalidade ou em atividades sexuais;
2. as famílias não possuem condições, em seu espaço físico, de exercer uma atividade econômica, como uma oficina, um atelier, etc., nem hoje e muito menos no futuro, assim destruindo qualquer iniciativa de voltada ao empreendedorismo;
3. as famílias, impossibilitadas pela área disponibilizada, não podem ampliar as suas construções de forma que tenham uma vida mais digna e que acompanhe o seu crescimento natural, com a chegada dos filhos ou mesmo a vinda de pais ou parentes em idade mais avançada;
4. as famílias ficam impossibilitadas de terem uma complementação da alimentação, através de árvores frutíferas, hortas ou criação de pequenos animais (galinhas, codornas, etc.;
5. as famílias, devido a irracional ocupação dos espaços, ficam privadas de sua intimidade;
6. as famílias ficam impossibilitadas de ampliarem as suas residências, conferindo a elas mais conforto, qualidade de vida e praticidade;
7. as famílias ficam impossibilitadas de investirem suas poupanças, tempo e recursos em suas residências, possibilitando o aumento natural do valor de seu patrimônio;
8. as famílias passam a ocupar o espaço sem preocupações com o ambiente que as cercam, criando e agravando os impactos ambientais e deteriorando o espaço urbano.

Minha casa, Minha vida é um estelionato eleitoral, reforça a cultura da lombada com suas cidades de deus:

"Cidade de Deus, o berço da criminalidade institucionalizada no Brasil foi construída pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus foi construída pelos governadores do Estado da Guanabara de 1965 até 1970, idealizado pelo populista da extrema direita, Carlos Lacerda, cassado na Contrarrevolução de 1964, e concluído pelo então governador Negrão de Lima entre os anos 1968 e 1970.
Manteve-se a discriminação espacial, que antes os confinavam em favelas como Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha. Atravessada pelo Rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais.

Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de mais discriminação espacial institucionalizada, com os novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas. A vida no bairro inspirou o filme brasileiro "Cidade de Deus", baseado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios e indicações. Infelizmente não trouxe à reflexão dos brasileiros, hoje pocotizados, como bem nos lembra Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) em seu bestseller, para a questão da discriminação espacial no Brasil, decorrente de falta de políticas públicas consistentes, como Plano Diretor e Agenda 21 Local."

E este modelo não se sustenta, pois a cada dia mais se necessita buscar água mais longe. E vale lembrarmos que no Brasil foram poucos os casos de sucesso no que se refere a ocupação urbana, Dom Pedro II nos legou a maior floresta urbana do mundo, mas poucos sabem que foi fruto de reflorestamento e o objetivo central era atender aos projetos do genial engenheiro André Pinto Rebouças, hoje esquecido dos brasileiros. O segundo é mais recente e muito se deve ao médico paranaense que foi Prefeito de Extrema/MG. Extrema passou a ser fornecedora de água para a Capital paulista. Mas poucos reconheceram a competência do Dr.  Sebastião Antônio. Camargo Rossi. Se o Brasil fosse um país sério, com profissionais que discutem problemas hídricos com propriedade, o modelo dele  seria repetido Brasil afora. Mas ignorância predomina, começa com os que ocupam o Palácio do Planalto e o Palácio do Alvorada, quando não a Granja do, de onde sai, Torto.

Este modelo não se sustenta, pouco se investe na recomposição da matas ciliares, principalmente em São Paulo, basta ver o entorno dos reservatórios. A quase totalidade ocupada por um esquema de privilégios, onde o poder público fecha os olhos para os passivos ambientais, em especial as casas de luxo com suas lanchas à porta. Este esquema sangra os reservatórios de duas maneiras, retirando a cobertura vegetal e consumindo parte significativa da água.

E com a “crise hídrica” outras duas idiotices tomaram conta dos brasileiros, não se questiona em investir em gestão, para que se reduza o desperdício de água, como o faz a SANEPAR e poucas concessionarias municipais, isto mesmo, municipais, pois a concessão é municipal, muito embora as empresas, fruto de um modelo imposto durante o regime militar, são empresas estaduais. A outra é chamarmos o VOLUME VIVO, de volume morto. É nesta reserva, não técnica, mas ambiental que se refugiaram muitos peixe e outros animais, muitos em extinção, e os ambientalistas, de carteirinha, ou subvencionados com recursos públicos calaram a boca ou estão rasgando o diploma.

Pior é vermos investimentos que sustentam este modelo cruel, que não apenas gera a discriminação espacial, como alimenta a violência. O Brasil necessita crescer para o interior. A concentração urbana, com estas aberrações jurídicas, que tributa o aluguel, que joga os caseiros, com toda uma qualidade de vida, para olho a rua, e de lá para os grandes centros.

Parece-me que falta inteligência. Se há uma relação de causa e efeito, temos que atuar não apenas nos efeitos, estes exigem ações emergenciais, mas temos que atuar no médio e longo prazo. E mais importante, que se invista em gestão, pois a soma de algumas letrinhas pode elevar o nosso PIB com facilidade em mais de 20%, isso mesmo, podemos ter um crescimento de no mínimo 1/5 em poucos anos se investirmos na combinação 3R + 8S. E quem sabe até mesmo fazer com que sobre água.  É o básico da gestão ambiental somado ao básico da gestão da qualidade necessitam ser universalizados. Tal como escrever o próprio nome, devem ser dominados por todos os brasileiros.

Gerhard Erich Boehme – Professor, Consultor, Auditor e Perito Criminal
Engenheiro Químico (UFRJ), Administrador (UFPR), Especialista em Segurança e Saúde do Trabalho, Especialista em Engenharia de Processos, Especialista em Engenharia da Qualidade.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Aquecimento Global "A FARSA" - Palestra Prof. USP



O PODER DO MITO:  Na ideologia do aquecimento global, utilizada para influenciar as pessoas. Aqueles que sabem controlar os mitos, sabem controlar as mentes das pessoas.
O planeta não é vivo. Vivo somos nós humanos. e precisamos sobreviver sem o mito do aquecimento global.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não! a Privatização das Reservas Hídricas Brasileiras

O BRASIL MERECE RESPEITO

Hipócrates cita a procura da humanidade por um alimento que de saúde, energia e longevidade, isso há mais de 2.500 anos,talvez os benefícios do consumo adequado de água não fosse conhecido nesta época.

 RESERVAS HÍDRICAS
"A reserva hídrica guarani"

"Rio Hamza" Amazonas
Potencial do aquífero sob a Amazônia é um dos maiores do continente.
"Aquífero Alter do Chão" Santarém
Existem boatos que o Governo Federal questiona a possibilidade de privatizar os Aquíferos Brasileiros, enquanto 52% da população pobre não tem acesso a água potável, enquanto a sociedade brasileira recebe em suas torneiras água de esgoto tratada. Porque o governo não seguiu o exemplo de Bogotá que disse não ao empréstimo. Eles não pegaram o dinheiro do Banco mundial e administraram a água com recursos próprios.
Em contra-partida, os Estados Unidos e a China estão retirando "expropriando" a água doce do Amazonas a água mais pura do mundo, e vendendo na Europa e E.U. a  preço de ouro.  Aonde fica a posição do governo brasileiro em regularizar tal façanha, para que o Brasil  alienado e condicionado ao Banco Mundial privativista não perca a sua Soberania...

POR QUE  o governo não informa e privatiza  o maior aquífero do mundo que fica no Brasil com potencial de abastecer o planeta por 250 anos.
01) http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/03/21/maior-aquifero-do-mundo-fica-no-brasil-e-abasteceria-o-planeta-por-250-anos.htm
POR QUE  o Aquífero  Alter do Chão passou a chamar-se "SAGA" do ("Sergio Amoroso") Pesquisem o Projeto Jari Amazonas de 1971 então assumido pelo presidente da WWF no Brasil Sergio Amoroso da "Jari!/SAGA!" [4] !!!  Sergio Amoroso é o presidente da WWF que mantém a ONG na Amazônia; 
1) http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2012/02/sergio-amoroso-fundador-da-wwf-brasil.html  -  : 

POR QUE o "principe" Charles veio ao Brasil em 2009 e dirigiu-se a Santarém e Altear do Chão acompanhado da ex-governadora do Pará a entreguista Ana Júlia Carepa
1) http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2011/02/principe-charles-e-os-aquiferos.html

POR QUE o governo não informa ao povo brasileiro sobre a existência do RIO HAMZA descoberto pela equipe do Dr. Hamza águas subterrâneas na Amazônia?  (Protegidas pelo Exército?)
DR. HAMZA
https://www.youtube.com/watch?v=wSllGrz1Pfo
https://www.youtube.com/watch?v=w6iSHPVaI6Y
https://www.youtube.com/watch?v=av00bGQ_VZs
1) http://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br/2012/02/rio-hamza-esclarecimento-da-associacao.html

"Água - Operação Secreta": UE Promove a Privatização da Água 
(legendas em português) bloquearam??? São os próprios alemães que nos avisam... http://www.dailymotion.com/video/x2tapzc (assistam aquí)
 sao-lourenço-parque-das-águas

A politização do 'Arquífero Guarani' em prol das grandes potências

Aquífero Guarani: Brasil na negociação adotou postura soberanista, o Brasil não exerceu o papel de líder:  http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2016/01/aquifero-guarani-brasil-na-negociacao.html

Argentina entrega aos Estados Unidos a terceira maior reserva de água doce do mundo o Aquífero Guaraní. http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2016/08/argentina-entrega-aos-estados-unidos.html

Segundo o Banco Mundial que é privatista, a próxima guerra mundial não será por petróleo mas sim por água. Por seu lado, a CIA diz que por volta de 2016 a água será uma das maiores causas de conflito internacional. E a ONU prevê que em 2025 a procura do líquido superará o abastecimento em 56%. 

01 - É preciso retomar a cultura no Brasil, porque a política é uma expressão da cultura vigente; - a privatização do ensino no Brasil  através dos consensos criminosos orquestrada pelos globalistas internacionais e obedecidas pelos entreguistas dos países sempre em desenvolvimento, continua a fazer dos jovens brasileiros as vítimas culturais da mentirosa e camuflada “globalização marxista”. 2016, Todas as etapas de Gramsci foram efetivadas, só falta inserir a palavra SOCIALISTA na Constituição. http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010/07/o-periodo-em-que-o-ensino-no-brasil.html
02 - http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2013/11/a-sociedade-civil-organica-e-os.html
03 - https://www.facebook.com/pages/David-Rockefeller-Center-for-Latin-American-Studies-at-Harvard/67980500322
04 - http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/Jari/Projeto-Jari.shtml

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Águíferos e a ALCA; As intenções, Kissinger advertiu os Estados Unidos

As declarações de Fernando Henrique Cardoso, levou Kissinger  a advertir os EUA sôbre tendências na América do Sul.  
 - ALCA representava parte da estratégia de manutenção da hegemonia econômica e política dos Estados sobre a América do Sul, porquanto, muito mais do que uma tradicional área de livre comércio, ela, se implantada, envolveria compromissos internacionais nas áreas do comércio de bens e serviços, de investimentos diretos, de compras governamentais, de patentes industriais, de normas técnicas e, muito provavelmente, de meio ambiente e padrões trabalhistas.  Seu propósito central consistia em criar um conjunto de regras, afim de incorporar os países da América do Sul, sobretudo o Brasil, ao espaço econômico (e ao sistema político) dos Estados Unidos, de forma assimétrica e subordinada, limitando sua capacidade de formular e executar política econômica própria, para atrair e disciplinar os investimentos estrangeiros, ampliar a capacidade industrial instalada, estimular a criação e integração das cadeias produtivas, promover a transferência efetiva de tecnologia e o fortalecimento do capital nacional.
 - A proposta de formação da Área de Livre Comércio das América (ALCA), como a vertente econômica da estratégia global dos Estados Unidos para manter a hegemonia no hemisfério, conjugou-se com a aplicação das medidas neoliberais, estabelecidas pelo Consenso de Washington (consenso entre o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Departamento do Tesouro dos Estados Unidos), recomendando a privatização das empresas estatais, desregulamentação da economia e liberalização unilateral do comércio exterior. O Estado, portanto, devia retirar-se da economia, quer como empresário quer como regulador das transações domésticas e internacionais, submetendo-a às forças do mercado. A orientação do Consenso de Washington foi no sentido de reduzir o papel do Estado, torná-lo miniatura de Estado, o Estado-mínimo, o que significava, em meio à globalização da economia, o constrangimento da própria soberania nacional dos países da América do Sul (também de outros continentes), com a entrega de todo o poder econômico às corporações transnacionais, a maioria das quais americanas, que se assenhoreavam das empresas estatais, postas à venda pelos governos, sob o signo da privatização, que implicava, na maioria dos casos, sua estrangeirização.
 - O que se pretendeu foi abrir o mercado latino-americano, ou, mais especificamente, o mercado sul-americano à competição, dando às corporações transnacionais e aos investidores e banqueiros a liberdade de movimentar capitais, bens, plantas industriais, lucros e tecnologia, sem que os governos nacionais pudessem criar obstáculos. Dentro de tal moldura econômica, os países da América do Sul deviam abdicar de sua soberania, desarmando-se, militarmente, e aceitando retirar do poder judiciário nacional e transferir para uma comissão internacional de arbitragem a capacidade de julgar e decidir qualquer litígio entre o Estado nacional e as mega empresas multinacionais dos Estados Unidos. Com o estabelecimento da ALCA, estas empresas terminariam por adquirir um poder superior ao dos Estados nacionais, na linha do Acordo Multilateral de Investimentos (AMI), negociado, mas não concluído,  no âmbito da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), com o propósito de estabelecer normas multilaterais para regulamentar, liberalizar e proteger os investimentos estrangeiros, e impedir qualquer intervenção governamental sobre ativos financeiros de propriedade de pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras, existentes em determinado país.
 - Contudo, ao fim dos anos 1990, após a aplicação das medidas neoliberais preconizadas pelo Consenso de Washington, o general Charles E. Wilhelm, comandante-em-chefe do Southern Commannd dos Estados Unidos (USSOUTHCOM), reconheceu que, na sua área de responsabilidade, a América do Sul, "democracy and free market reforms are not delivering tangible results to the people" e nações situadas na região estavam pior economicamente do que antes da restauração da democracia. "Can democracy survive without an economic system that produces adequate subsistence and services for the majority of its citizens?" – perguntou.[ Também HenryKissinger, em sua obra Does America Need a Foreign Policy, reconheceu que "neither globalization nor democracy has brought stability to the Andes". Também na Bolívia, durante os 15 anos em que a Bolívia se apresentou como modelo de livre mercado, i. e., de 1985 ao ano 2000, a deterioração das condições de vida acelerou-se e atingiu principalmente os camponeses, reduzindo à miséria mais de 80% da população na área rural. E, na inauguração de um seminário, quando lançou a Estrategia Boliviana de Reducción de Pobreza (EBRP), o próprio presidente Hugo Banzer deplorou que a estabilidade econômica não houvesse contribuído para diminuir os índices de pobreza em que vivia, no ano 2000, mais da metade da população boliviana (63%), especialmente a de origem indígena. E a questão agrária, que a revolução de 1952 buscara equacionar, mediante a repartição dos latifúndios e distribuição de terras para os trabalhadores rurais, tornou-se outra vez grave fator de tensões sociais e irromperam os conflitos sociais.
 - A débâcle econômica e financeira da Argentina, que não teve alternativa senão praticar o default, i. e., suspender o pagamento da dívida externa, em meio de aguda crise social e política, evidenciou o caráter perverso do modelo neoliberal. Com toda a razão o professor norte-americano Paul Krugman comentou, em artigo publicado pelo New York Times, que o "catastrófico fracasso"(catastrophic failure) das políticas econômicas lá aplicadas com o selo – "made in Washington"  - representavam igualmente um desastre para a política exterior dos Estados Unidos, assim como  o maior revés para a proposta da ALCA.  As negociações para a implantação da ALCA, cujo objetivo era aplicar efetivamente a Doutrina Monroe à economia e ao comércio da região, não alcançaram, de fato, nenhum resultado, devido à oposição do Mercosul. O Brasil e a Argentina, à frente, rechaçaram, inter alia, as pretensões dos Estados Unidos, com respeito aos investimentos e serviços e outras regras relativas a patentes, reforçando as já existentes na Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como a abertura do mercado de compras governamentais, o que impediria o Estado, o maior consumidor de bens de capital, de orientá-las em benefício das empresas nacionais ou mesmo das empresas estrangeiras sediadas no país.
 - Conquanto a América Central e o Caribe sejam essenciais à defesa do seu território e das rotas marítimas entre a costa do Pacífico e a costa do Atlântico, a América do Sul reveste-se de fundamental importância geopolítica para os Estados Unidos, sobretudo vis-à-vis a formação da União Européia e a emergência da China. Dado que celebrara com o México e o Canadá o North American Free Trade Agreement (NAFTA) e os países da América Central e do Caribe, com exceção de Cuba, tendiam a gravitar, inevitavelmente, na órbita dos Estados Unidos, afigurava-se necessário à elite política de Washington e à comunidade dos homens de negócios, das grandes empresas multinacionais, assegurar o completo domínio do mercado e das fontes de matérias-primas e energia da América do Sul. Não lhes convinha, portanto, que o Brasil e a Argentina, atraindo o Paraguai e o Uruguai, avançassem com o projeto de construção do Mercosul, constituindo uma união aduaneira, com a perspectiva de que evoluísse para um mercado comum, similar à União Européia.
 - Henry Kissinger, em Does America Need a Diplomacy?,  referiu-se à contradição entre o NAFTA e o Mercosul e assinalou o perigo que representava a tendência da América Latina para integrar-se de modo autônomo e, talvez,  hostil a uma ampla estrutura hemisférica.  Isto seria não um simples "setback" para as perspectivas econômicas dos Estados Unidos de integrar um mercado de 400 milhões de pessoas, o qual representava 25% do seu comércio ultramarino, mas também para a sua esperança de uma nova ordem, "based on growing comunity of democracies in the Americas and Europe".  A declaração do presidente Fernando Henrique Cardoso de que o "Mercosul é mais que um mercado, o Mercosul é, para o Brasil, um destino", enquanto a ALCA era "uma opção", repercutiu nos Estados Unidos, e Kissinger advertiu que o Mercosul estava propenso a apresentar as mesmas tendências manifestadas na União Européia, que buscava definir uma identidade política européia não apenas distinta dos Estados Unidos, mas em manifesta oposição aos Estados Unidos. Ele acentuou que a afirmação dessa "identidade própria, diferenciada da América do Norte, estava a criar uma potencial contenda entre Brasil e Estados Unidos sobre o futuro do Cone Sul".   Segundo afirmou, especialmente no Brasil, havia líderes atraídos pela perspectiva de uma América Latina politicamente unificada, em confronto com os Estados Unidos e o NAFTA.  E, como Samuel Pinheiro Guimarães acentuou, o Brasil realmente configura, na América do Sul, o "único rival possível à influência hegemônica dos Estados Unidos", devido às suas dimensões geográficas, demográficas e econômicas e à sua posição geopolítica e estratégica, ao longo de grande parte do Atlântico Sul, defrontando a África Ocidental. E foi o Brasil, com o apoio da Argentina, que obstou a implantação da ALCA, prevista para o ano 2005. Estes dois países, com uma população total de mais de 232 milhões de habitantes (2007, est.) e um PIB conjunto de US$ 2,3 trilhões (2007), segundo a paridade do poder de compra, são os que realmente mais interessam aos Estados Unidos, não apenas pelo amplo mercado que representam, mas também pelo peso geopolítico e o valor estratégico que possuem.
 - Entretanto, não obstante o fracasso das negociações para formação da ALCA, os Estados Unidos, mudando de tática, trataram de compelir os países da América do Sul, América Central e Caribe a firmar acordos de livre comércio e abrir seus mercados, instrumentalizando tanto o Central America Free Trade Agreement (CAFTA), nos entendimentos com os países da América Central, como o Andean Trade Preference Act (ATPA), com que o Congresso expandiu, em 2008, o Andean Trade Promotion and Drug Erradication Act (ATPDEA), para as negociações com Peru, Colômbia, Bolívia e Equador. Esta lei, o ATPDEA, permitia aos Estados Unidos concederem, unilateralmente, preferências comerciais, sem reciprocidade, aos países com os quais firmassem tratados de livre comércio. A parceria entre desiguais evidentemente só favorecia os Estados Unidos, mas a possibilidade de receber preferências comerciais, sem reciprocidade, alimentou em determinados setores empresariais, dentro de todos os países, interesse em negociar acordos de livre-comércio, antes do encerramento do prazo de vigência do ATPDEA.  E os quatro países andinos, Peru, Colômbia, Bolívia e Equador, juntos, representavam, em 2006, um mercado de aproximadamente US$ 11,6 bilhões para as exportações dos Estados Unidos, dando acesso a cerca de 5.600 produtos com isenção tarifária, e um mercado de US$ 8,2 bilhões para seus investimentos diretos. Contudo, desde 2004, quando as negociações estavam em curso, a mudança do contexto político na América do Sul ainda mais se acentuou, com a eleição de Evo Morales (2005) e Rafael Correa (2007), ambos líderes de esquerda e nacionalistas, para a presidência da Bolívia e do Equador. Este fato complicou a equação estratégica dos Estados Unidos, evidenciando o crescente desvanecimento de sua influência na região, tanto que não conseguiram sequer derrocar o presidente Hugo Chávez do governo da Venezuela, apesar das diversas tentativas encorajadas pela CIA, como o frustrado golpe militar-empresarial, em abril de 2002, e as greves dos trabalhadores da PDVSA, ( “A Vale Expropriada por FHC”)  a Petrobrás paralisando a produção de petróleo.                                              ( FHC [..] )
https://www.politize.com.br/alca-bloco-area-de-livre-comercio-das-americas/
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